segunda-feira, outubro 02, 2006

Urnas rejeitam mais de 85% dos acusados de ligação com a máfia dos sanguessugas

Os parlamentares acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas se deram mal nas urnas. A resposta do eleitor foi dura: dos 50 que disputaram as eleições, cinco se elegeram e um será suplente de um senador eleito. O restante foi rejeitado.

Dos eleitos, cinco continuam como deputados federais: Wellington Roberto (PL-PB), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Pedro Henry (PP-MT), Wellington Fagundes (PL-MT) e João Magalhães (PMDB-MG). Já Carlos Dunga (PTB-PB) não foi eleito, mas será suplente de Cícero Lucena (PSDB), que venceu para senador na Paraíba.

Dos três senadores investigados, dois participaram das eleições: Ney Suassuna (PMDB-PB), que tentou se reeleger, e Serys Slhessarenko (PT), que disputou o governo do Mato Grosso. Suassuna perdeu a disputa para Cícero Lucena e Serys ficou em terceiro lugar com 11% dos votos. Ela voltará ao Senado para cumprir mais quatro anos de mandato. O outro senador investigado, Magno Malta (PL-ES), não concorreu nessas eleições e tem mais quatro anos de Senado.

A resposta do eleitor

Ao todo, 70 parlamentares são investigados pelos Conselhos de Ética do Senado e da Câmara pelo envolvimento com a máfia de compra de ambulâncias superfaturadas com emendas parlamentares, sendo 67 deputados e três senadores.

Dos 48 deputados processados que participaram das eleições, três aguardam julgamento de suas candidaturas e ainda têm chances de conseguir uma vaga na Câmara. Os deputados Fernando Gonçalves (PTB-RJ), Elaine Costa (PTB-RJ) e Maurício Rabelo (PL-TO) tiveram os registros rejeitados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e aguardam julgamento dos recursos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Alguns ficaram como suplentes na coligação e precisam torcer no futuro pela saída de colegas eleitos para assumirem suas vagas. É o caso, por exemplo, de Laura Carneiro (PFL-RJ), que, apesar de não ter sido eleita, é segunda suplente e pode assumir a vaga no futuro se dois eleitos na sua coligação deixarem a Câmara.

Apontado pela CPI dos Sanguessugas como um dos mentores da máfia, Nilton Capixaba (PTB-RO) ficou em quinto lugar na sua coligação, que elegeu dois deputados federais. João Caldas (PL-AL), também investigado e considerado um dos líderes do chamado baixo clero (deputados sem expressão), foi outro que não conseguiu a reeleição. Capixaba e Nilton, aliás, faziam parte da Mesa Diretora da Câmara e pediram afastamento após o início das investigações no Conselho de Ética.

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