sábado, outubro 07, 2006

PRESIDENTE QUE DEIXA O BRASIL ILUMINADO


Reproduzido do Diário do Nordeste

Quero entrar para a história como o presidente que apagou o último candeeiro do Brasil.

O presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista ontem pela manhã a quatro emissoras de rádio do Nordeste. A entrevista, em cadeia, foi retransmitida para cerca de 100 outras emissoras de rádio AM e FM, a partir da Rádio Verdes Mares, de Fortaleza (Programa Paulo Oliveira); Rádio Sociedade e Rádio Metrópole, da Bahia: e Rádio Jornal do Commércio, de Pernambuco. Lula revelou que o batalhão de engenharia do Exército e o próprio Governo estão prontos para iniciar o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco, faltando apenas uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Lula disse, ainda, que vai manter os programas Bolsa-Família e o Luz para Todos, que ´no Ceará é utilizado politicamente com o nome de Projeto São José´. Outro sonho: construir a Transnordestina, agora com braços para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. Na entrevista coletiva ao pool de emissoras de rádio do Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou, especificamente, as ações do Governo Federal no Ceará, onde já foram investidos R$ 690 milhões somente através do Bolsa-Família. Sobre educação, lembrou que levou a universidade federal para Sobral, Barbalha e Quixadá. Lula disse que o BNB (Banco do Nordeste do Brasil) ´estava falido´ e a maior prova é que aplicava apenas R$ 250 milhões por ano e ´hoje temos disponíveis seis bilhões de reais para emprestar ao povo do Nordeste´.

Com relação ao Pronaf (Programa de Apoio a Agricultura Familiar), os recursos subiram de R$ 28 milhões para R$ 137 milhões. O Programa Luz para Todos também foi questionado ao presidente da República, como sendo um projeto político. Lula anunciou que pretende dar continuidade ao projeto caso seja reeleito. Disse querer entrar para a história como ´o presidente que apagou o último candeeiro do Brasil´, levando luz elétrica para todos os brasileiros. O programa já beneficiou quatro milhões de brasileiros. ´Agora ou vai ou racha o desenvolvimento do Nordeste´. Ele fez questão de ressaltar que no Ceará ´há um aproveitamento político do Programa Luz para Todos.

Lá, os recursos federais são transformados num Projeto São José´. BIODIESEL - Ele destacou a importância do pólo siderúrgico do Ceará, a partir do biodiesel com o aproveitamento da momona, ´com o qual serão gerados milhares de empregos´. Lula falou, ainda, a Transnordestina, ferrovia que cortará Pernambuco e o Ceará: ´E depois criaremos mais braços em direção ao Rio Grande do Norte, Paraiba e Bahia´, anunciou. Sobre os investimentos que pretende fazer no Nordeste, citou a interligação dos portos de Pecém, no Ceará, e a refinaria de Suape, em Pernambuco. “Esses projetos darão o mesmo salto que deu o pólo petroquímico de Camaçari, na Bahia´. Lula disse acreditar muito no desenvolvimento do Nordeste. Lula prometeu dar continuidade às extensões universitárias na região. ´Queremos fortalecer muito o ensino fundamental.

Quero que o Congresso aprove o Fundep, pois o governo passado não cuidou de construir as vagas para o ensino médio e profissionalizante´, provocou. ´Vamos continuar a política do Bolsa Família e ir ajustando este programa para favorecer a família´. PRIVATIZAÇÃO - O presidente da República disse, sem citar nomes, que os seus adversários na campanha estão se preparando para privatizar grandes empresas como Banco do Brasil e Petrobrás, respondendo a uma indagação sobre o que o País pode esperar em termos de crescimento numa eventual segunda administração de Lula. “Vamos fazer esse país crescer. Esse país não tem volta. É só crescimento e, isso é possível, governar sem privatizar. Já provamos que dá prá governar sem privatizar nada. E só pegar o programa dos partidos que estão do outro lado contendo insinuações de privatização do Banco do Brasil, privatização da Petrobrás e varias outras.

Prestem atenção no plano de governo da oposição, porque vem privatização por ai”, afirmou, ressaltando, entretanto que, sob a sua administração, não haverá desestatização. Indagado sobre sua presença freqüente na Bahia durante o período eleitoral, o presidente Lula respondeu que era importante trabalhar para pôr um ponto final em velhas oligarquias, referindo-se ao poder político regional exercido pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL) por quase meio século. Ele festejou a vitória do correligionário Jaques Wagner para o governo baiano, derrotando o candidato de Magalhães, o governador Paulo Souto (PFL). ´Foi talvez o maior feito de toda a campanha política de 2006. Ele (Wagner) sabe que lá tem uma estrutura poderosa montada durante muitos e muitos anos, mas é inteligente. A responsabilidade agora é muito grande. O Wagner vai precisar de muita competência técnica e política para governar´, avaliou.

Em seguida, Lula demonstrou irritação quando lhe foi perguntado se não haveria incoerência no seu comportamento, já que apóia a senadora Roseana Sarney (PFL), para o governo do Maranhão, filha do senador José Sarney (PMDB-MA) apontado como líder de uma oligarquia tão forte e dominadora quanto a do senador baiano. “Decidi apoiar Roseana Sarney porque em política também se trabalha com quem é leal e lhe dá apoio. Roseana me apoiou não só nas eleições passadas quanto nessas. Tenho que retribuir essa gratidão”, disse, justificando que teve 75% dos votos no Maranhão no primeiro turno. “Isso não é pouca coisa. Vou, sem nenhum problema, ou constrangimento, pedir voto para ela porque ela teve a coragem de pedir voto para mim, contra a vontade do seu partido que, ficou ameaçando ela o tempo todo. Ela foi leal comigo como senadora, no Congresso, e como defensora do governo federal, no Maranhão”.

Lula afirmou que Roseana poderá fazer muito mais pelo Maranhão se tiver a solidariedade do governo federal porque o governo federal pretende fazer parceria com o governo dos estados. “É importante lembrar que ela teve, durante quatro anos, divergências com o PFL por me defender”. SALTO ALTO -Lula atribuiu parte da culpa por não ter vencido no primeiro turno a uma conjugação de fatores, entre eles o “excesso de otimismo” da sua tropa. “Todo mundo que trabalhava comigo estava pensando (.......) é por isso que eu digo que quando as pessoas ficam de sapato alto, às vezes a coisa não dar certo. Tava todo mundo pensando, vamos ganhar no primeiro turno vamos tirar férias, ou seja, agora não vai ter férias, e vamos ter é que trabalhar muito duro”, reclamou. Na sua avaliação, houve “muito otimismo da minha tropa; também tem a ver com as denuncias do dossiê; com o trabalho dos adversários, e eu humildemente tenho que admitir, faltou 1,4% dos votos do povo brasileiro. Acho que faltou um pouquinho de voto”.

Em seguida, Lula prometeu ganhar as eleições, mesmo que seja na ´prorrogação do jogo”, e exemplificou com o desempenho do Brasil na Copa do Mundo de 1994. ´Também não tem nenhum problema que não deu (para vencer) no primeiro turno. A Copa do Mundo de 1994 não foi diminuída porque (o Brasil) ganhou na prorrogação´. Lula destacou o desempenho da política econômica na sua administração nesses quatro anos, prometeu crescimento sustentável e disse que todo mundo quer um crescimento maior e o presidente da República, mais do que todo mundo, trabalha prá que esse crescimento aconteça. “Vejo as pessoas reclamarem do câmbio. É engraçado porque quando as pessoas querem exportar, querem o dólar mais caro, mas quando quer importar, quer mais barato. Você não tem uma política só. Todo mundo pediu um câmbio flutuante e o câmbio flutuante, flutua, esse é o problema”. ´Tenho certeza de que o Brasil crescerá de 5% a 6% nos próximos anos. O Brasil só pode crescer daqui para frente. Não tem mais volta´, disse.

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