quarta-feira, outubro 04, 2006

Ney culpa mídia e volta a dizer, no Senado, que foi traído por ‘antigos companheiros e líderes jovens que ajudou a projetar’

O senador Ney Suassuna fez pronunciamento esta tarde no plenário do Senado Federal onde responsabilizou a mídia – especialmente a Rede Globo de Televisão – pela derrota nas eleições, no último domingo. Ele também disse ter experimentado traições de antigos companheiros e também de líderes políticos jovens, que ajudou a projetar no cenário político paraibano.

Suassuna declarou que foi alvo de ‘pesada artilharia’ de alguns setores da imprensa. ‘Desde maio fui massacrado diariamente pelos principais jornais e televisões do país e, claro, esse massacre se refletiu nas urnas’.

Ele citou noticiários da TV Globo, que teria decretado sua perda de mandato às vésperas da eleição.

‘A Rede Globo de Televisão ao informar, em horário nobre, para 95% dos lares brasileiros, que a votação [do parecer do relator] não pôde ser realizada, escamoteou o fato de que o parecer não foi sequer lido, nem dada publicidade do seu conteúdo, a pedido do relator, e destacou como manchete, em alto e bom som, que o parecer de Jefferson Peres [PDT-AM] pediria a minha cassação’, ilustrou Suassuna.

O senador também criticou alguns membros da CPI dos Sanguessugas. Para o senador, a CPI atuou como um tribunal do Santo Ofício.

O senador ressaltou que o seu adversário na Paraíba, o novo senador Cícero Lucena (PSDB-PB), foi julgado e condenado a ressarcir os cofres públicos por desvio de recursos na chamada Operação Confraria, "recursos esses que hoje, certamente, fazem falta nas escolas, nos hospitais e na mesa dos paraibanos".

O senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC) disse, em aparte, que Suassuna havia sido condenado antes de ser julgado. Ele lembrou que Suassuna teve a gentileza de convidá-lo para os saraus e jantares que realizava em sua residência e, embora nunca tenha aceitado, sempre reiterava os convites.

‘Alguns que costumavam freqüentar os saraus na sua residência, talvez por covardia, agora lhe viram as costas’, disse Mesquita.

Suassuna disse ainda que não se arrepende da "doação incondicional e irrestrita" em 12 anos de mandato dedicados à Paraíba e que, se tivesse "mais tempo, mais vida e mais chance, faria tudo de novo, de novo e de novo".
Da redação com Agência Senado

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