sexta-feira, outubro 27, 2006

VOCE GOSTA DE NOVELA MACABRA?



Tentando imitar os roteiristas de novela, façamos um pequeno enredo em três capítulos. O Título é: A Farsa do Dossiê. Pouco a pouco a briosa Polícia Federal vai desenrolando o intricado novelo da trama do Dossiê.

Jesus Fonseca

PRIMEIRO CAPÍTULO – a mentira

Dossiê: testemunha confirma saques para Lacerda

Aguinaldo Henrique Delino é a testemunha que declarou nesta quinta-feira, em depoimento à Polícia Federal (PF) na cidade de Varginha, em Minas Gerais, ter transportado R$ 250 mil de Pouso Alegre (MG) para São Paulo (SP), a fim de entregar o dinheiro a uma pessoa que identificou como ex-coordenador de comunicação da campanha de Aloísio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda. Lacerda é o principal suspeito, segundo a PF, de ter levado o R$ 1,75 milhão a emissários petistas, em um hotel da capital paulista, para bancar a compra do dossiê com denúncias contra tucanos.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a PF chegou até Aguinaldo após tomar conhecimento de uma entrevista que ele concedeu a uma TV local, na qual afirma que o promotor de eventos Luiz Armando Silvestre Ramos, para quem trabalhou, pediu que cedesse sua conta bancária para receber uma transferência de R$ 80 mil, provenientes de empresa do interior de São Paulo.

No depoimento à PF, Aguinaldo declarou ter recebido de Ramos o restante do dinheiro em espécie, sacado pelo empresário. Ambos, disse, levaram os recursos até São Paulo e os entregaram a Lacerda. A testemunha disse que deu-se conta da identidade do destinatário dos recursos somente após ver imagens de Lacerda na televisão.
O delegado da PF Daniel Daher disse à Folha que o depoente confirmou o saque. Porém Aguinaldo não teria entregue extrato bancário para comprovar a transação.

A testemunha disse à PF que o ex-chefe Ramos a convidou para acompanhá-lo até São Paulo, a fim de entregar o dinheiro. "Ele me convidou, se eu queria ir com ele, aí eu peguei e fui (...). A gente chegou perto do hotel e sentamos numa padaria. Ficamos lá, aí ele (Ramos) ligou no celular. Aí passou um tempo e chegou um rapaz lá, um carro com mais uns seguranças. Aí o Silvestre saiu da padaria, encontrou ele, e passou o dinheiro pra ele". A pessoa que chegou no carro, de acordo com Aguinaldo, era Hamilton Lacerda.

SEGUNDO CAPÍTULO – a verdade

PF descobre que depoimento de "laranja" é falso

A Polícia Federal descobriu ser falso o depoimento de Agnaldo Henrique De Lima, que disse ter transportado R$ 250 mil de Pouso Alegre (MG) para São Paulo (SP), a fim de entregar o dinheiro a uma pessoa que identificou como ex-coordenador de comunicação da campanha de Aloísio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda.
A afirmação de Agnaldo foi feita ontem em depoimento à Polícia Federal (PF) na cidade de Varginha (MG). De acordo com a rádio CBN, a PF agora vai investigar uma suposta participação do PSDB no caso, já que a mulher que apresentou a testemunha seria funcionária do partido.

A PF chegou até Agnaldo após ele afirmar, em entrevista a uma TV local, que o promotor de eventos Luiz Armando Silvestre Ramos, para quem trabalhou, pediu que cedesse sua conta bancária para receber uma transferência de R$ 80 mil, provenientes de empresa do interior de São Paulo.

No depoimento à PF, Agnaldo declarou ter recebido de Ramos o restante do dinheiro em espécie, sacado pelo empresário. Ambos, disse, levaram os recursos até São Paulo e os entregaram a Lacerda. A testemunha disse que deu-se conta da identidade do destinatário dos recursos somente após ver imagens de Lacerda na televisão.

TERCEIRO CAPÍTULO – a fuga

Dossiê: PF diz que pode pedir prisão de "laranja"

O superintendente da Polícia Federal em Cuiabá, Daniel Lorenz, afirmou hoje que poderá pedir prisão preventiva de Agnaldo Henrique de Lima, que prestou falso depoimento ontem sobre o caso da compra de um dossiê contra tucanos. "Realmente o depoimento é falso", disse hoje Lorenz.

Segundo o superintendente, já há provas para instaurar inquérito por falso testemunho contra Agnaldo, mas ainda não há evidências para denúncia por falsidade ideológica.

A PF comprovou ser falso o testemunho depois que descobriu, na madrugada de hoje, que não houve movimentações financeiras na conta de Lima no período investigado. A Polícia procurou o "laranja", que não foi localizado.

0 comentários: