quarta-feira, outubro 11, 2006

NO DEBATE - MENTIU E MENTIU FEIO!

Avião foi vendido depois do fim da gestão Alckmin

Ao referir-se ao avião presidencial no debate de domingo na TV Bandeirantes como "Aerolula", o candidato do PSDB Geraldo Alckmin informou que vendera os dois aviões que pertenciam ao governo do estado de São Paulo e doara os helicópteros para a Polícia. Alckmin disse ainda que, se eleito presidente, venderia o "Aerolula para construir cinco hospitais".

Informações oficiais do atual governo de São Paulo, repassadas na noite de ontem a Terra Magazine, dão conta de que o estado de fato vendeu os dois aviões, mas um deles foi vendido quando Alckmin já nem era o governador. A primeira aeronave de que o governo se desfez foi o PT-LER, leiloada em março de 2005 - quatro anos depois que Alckmin assumiu o governo do estado - por R$ 1,1 milhão(usou durante toda sua gestão). O outro, um jato PP-LHB, foi leiloado em 29 de junho último, três meses, portanto, depois de o tucano se licenciar do governo para lançar candidatura à Presidência. A aeronave foi, como se percebe, vendida na gestão Cláudio Lembo.

O governo do estado tinha ainda três helicópteros, e dois deles foram "doados", na palavra do candidato tucano: um para a Polícia Civil em 2001, e outro, patrimônio da Dersa, para a Polícia Militar em 2005. O terceiro está em manutenção e volta a voar em dezembro. Como a Polícia Civil e a Polícia Militar são órgãos estaduais, nenhum desses helicópteros jamais saiu do governo.

Segundo a Secretaria de Comunicação do governo de São Paulo, os dois aviões não foram leiloados antes "por falta de oferta". A assessoria afirma ainda que o candidato tucano usou o PP-LHB por toda a sua gestão, mas desde que assumiu o governo, em janeiro de 2001, tinha a "intenção de vendê-lo".

O governador Lembo utiliza agora, já que não há mais aviões, os helicópteros da polícia quando precisa viajar. Não necessariamente os que foram doados, mas qualquer um que esteja disponível, informa a assessoria.

A coligação do candidato Lula à Presidência divulgou, na noite desta terça-feira, nota em que afirma que Alckmin teria gasto "um Aerolula" em transportes durante o seu governo. Leia trechos da nota:

O candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, gastou R$ 130 milhões com passagens aéreas e aluguel de veículos e aeronaves entre 2001 e 2005, quando governou o Estado de São Paulo.

(...) O contrato de aquisição da aeronave (o "Aerolula"), assinado em 9 de fevereiro de 2004, contempla, além da aeronave, peças de reposição, equipamentos de apoio no solo, publicações técnicas, treinamento operacional e de manutenção e a assistência técnica, perfazendo o total de US$ 56,7 milhões, ou R$ 122 milhões ao câmbio de hoje. O Airbus pertence à FAB e não à Presidência da República.

E aí começa a troca de acusações numéricas. Segundo a assessoria do governo do estado de São Paulo, esses R$ 130 milhões, divulgados pelo Sistema de Gerenciamento de Execução Orçamentária (Sigeo), é um valor incorreto, já que conta, além de gastos da comitiva, todos os custos de transporte do governo, que incluem "transporte de alunos, internos da Febem, diárias de trabalho de servidores públicos quando em viagem, locação de veículos para transferência de presidiários e outros". Alckmin e sua equipe teriam gasto, na verdade, R$ 10,9 milhões com viagens e manutenção de aeronaves, além de R$ 130 mil em passagens. O restante, portanto, é o que o governo gastou com transporte operacional. Os dados são do período de 2001 a 2005, e não estão corrigidos pela inflação.

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