quarta-feira, setembro 13, 2006

Contra o tempo e os aliados

O parecer do senador Jefferson Péres (PDT-AM) deve ficar pronto na próxima semana. Ele quer a realização de uma sessão do Conselho de Ética na próxima quarta-feira para apresentá-lo. Contudo, seja qual for a decisão do relator do processo, o julgamento no Conselho ficará para depois das eleições, assim como a votação no plenário do Senado Federal. Apesar da defesa detalhada, Ney penará ainda por alguns dias com essa expectativa, primeiro, sobre como será o parecer do relator e, depois, como ocorrerão as votações dos senadores. No depoimento ao Conselho de Ética, Ney saiu-se bem quando fez sua exposição, chegando a desafiar quem apresentasse provas de sua participação no esquema montado pela família Vedoin, para a compra superfaturada de ambulâncias. Pecou, em vários momentos, quando passou a ser questionado pelo relator e até pelos dois aliados que estavam no plenário, reconhecendo que, mesmo sabendo que o então assessor Marcelo Carvalho agia de forma errada para liberar emendas do Orçamento Geral da União, não tomou as providências necessárias no âmbito do Congresso e nas vias judiciais. O resumo da convicção do senador Jefferson Péres está em uma de suas declarações após a audiência no Conselho de Ética. “Não há prova cabal do recebimento de propina, mas, por outro lado, nós estamos julgando o comportamento dele. O senador pode ter quebrado o decoro sem necessariamente ter cometido um delito”, justificou o relator. “Um parlamentar, por sua ação ou omissão, pode ter quebrado o decoro sem ter praticado um ilícito penal”, concluiu Péres. O que complica para Ney é o instante da campanha política. Terá que correr atrás do prejuízo. Os números das pesquisas eleitorais não são muito animadores e seu principal aliado, José Maranhão (PMDB), não lhe ajuda como deveria. Isso, sim, é pior do que qualquer conclusão do relatório de Jefferson Péres.


Sozinho
Constatação. Os companheiros abandonaram o ex-líder do PMDB. Nem mesmo José Maranhão, que estava em Brasília, foi ao Conselho de Ética para se solidarizar com o companheiro de chapa majoritária.
Complicado
Ney entregou o líder do PMDB na Câmara Federal. Revelou que Wilson Santiago indicou Maria da Penha, ex-funcionária de Vedoin, para o Ministério da Saúde.
E que, de 28 emendas do deputado, 14 não eram suas.
À disposição
Segundo Ney afirmou no Conselho de Ética, o único cargo que indicou no governo Lula era o de Aracilba Rocha, para diretoria na Eletrobras. Aracilba garante que entregou o cargo há 71 dias, mas não sabe porque não foi exonerada.
Por edital
Na Câmara, a última cartada para notificar ‘sanguessugas’ é a ameaça de baixar hoje um edital com nomes de 16 deputados federais. Da Paraíba, estão relacionados os deputados Enivaldo Ribeiro (PP) e Ricardo Rique (PL).
Indecisão
O PT ainda não decidiu sobre a visita de Lula à Paraíba. Na data do dia 17, divulgada pela coligação ‘Paraíba de Futuro’, Lula não vem.. As pesquisas irão definir a agenda. Se Lula cair, pode passar pelos estados nordestinos.
Pressão
Maranhão foi à Brasília tentar convencer a coordenação da campanha. Quer porque quer a visita de Lula, sob o argumento de que sua presença pode virar a disputa em seu favor. E o PMDB não disse que já tinha virado?
Irregulares
A juíza Aldrey Kramy Gonçalves, da 35ª zona eleitoral de Sousa, determinou a retirada de propaganda irregular de Wilson Santiago (PMDB), Leonardo e Marcondes Gadelha (PSB), colocadas na Câmara Municipal e na Telemar.
Um ano depois...
A CGU publicou auditoria realizada em outubro e novembro do ano passado, em Bayeux. Segundo os auditores, irregularidades na gestão da ex-prefeita Sara Cabral envolvem R$ 1,2 milhão. A auditoria foi solicitada pela PF.

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