domingo, dezembro 03, 2006

Mínimo deveria ser de R$ 1.613,08 e não de R$ 350

SÃO PAULO - O salário mínimo deveria ser de R$ 1 613,08 no mês passado para suprir as necessidades básicas do brasileiro, e não de R$ 350. É o que mostra estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de novembro, realizada pela instituição em 16 capitais do Brasil.

Com base no maior valor apurado para a cesta, de R$ 192,01, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,61 vezes maior que o piso vigente, de R$ 350.

Em outubro, o total necessário ficava em R$ 1.510,00 (4,31 vezes) e, em novembro de 2005, correspondia a R$ 1.551,41, o equivalente a 5,17 vezes o mínimo daquele período, de R$ 300.

De acordo com o Dieese, depois de sete meses em que a jornada média necessária para que o trabalhador que ganha salário mínimo conseguisse adquirir a cesta básica permaneceu abaixo de 100 horas por mês, em novembro, o tempo de trabalho necessário chegou a 100 horas e 29 minutos, como conseqüência das fortes altas de preços ocorridas no período.

Em outubro, para comprar a cesta básica, o trabalhador que ganha salário mínimo precisava cumprir uma jornada de 96 horas e 15 minutos na média das 16 capitais. Em novembro de 2005, o tempo de trabalho necessário chegava a 115 horas e 3 minutos.

Quanto ao comprometimento do salário mínimo líquido (após o desconto da parcela referente à Previdência Social), o Dieese destacou que, apesar da alta, o percentual necessário para a compra dos gêneros essenciais, na média das 16 capitais, ainda é inferior a metade do valor líquido, pois a compra da cesta básica exigiu, em novembro, 49,46% do rendimento líquido. No mês anterior, eram necessários 47,37% e, em novembro do ano passado, eram comprometidos, em média, 56,63%.
  • por Rainério

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