segunda-feira, março 05, 2007

Lente cor-de-rosa

O Produto Interno Bruto, PIB, indicador das riquezas produzidas num país ao longo de um ano, cresceu em 2006 apenas 2,9% no Brasil, enquanto a média mundial atingiu 5,1% e a das nações emergentes, 6,5%. Também em 2005 o resultado tinha sido pífio: só 2,3% de crescimento. Assim, o governo Lula cumpriu seu primeiro mandato com uma taxa anual média no PIB de apenas 2,6%, praticamente igual à da primeira metade do governo antecessor, mesmo sem ter enfrentado, como aquele, crises internacionais e o desafio de promover profundas reformas na economia.

Há onze anos, desde 1996, o Brasil vem crescendo abaixo da média mundial. Num ranking de 177 países elaborado pelo Fundo Monetário Internacional, FMI, com base no crescimento econômico obtido nos últimos dez anos, o Brasil ocupa apenas a 142.a posição. Ou seja, estamos na rabeira, no meio daquela turma que na corrida de São Silvestre só entra para fazer figuração.

Por que crescemos tão pouco? Há várias razões, mas uma das principais é a enormidade da carga tributária que sufoca a sociedade brasileira. No ano passado, o peso dos impostos alcançou o equivalente a 38,8% do PIB, um recorde, depois de aumentar de novo cerca de 1 ponto percentual, como nos anos anteriores. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, IBPT, cada brasileiro pagou em média pouco mais de 4 400 reais durante o ano para sustentar o governo, aqui incluídos o federal, os estaduais e os municipais. "O excesso de tributação", disse o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, ao divulgar os dados ontem, "retira poder de compra dos salários, ao mesmo tempo em que aumenta o preço final de mercadorias e serviços, fazendo retrair o consumo, afastando investimentos produtivos e dificultando a geração de empregos formais".

Vivemos, enfim, uma situação deplorável por todos. Menos pelo presiMente Lula, que ri e dança como a fazer troça da tristeza em volta. Em conversa com jornalistas durante o café da manhã de ontem no Planalto, segundo a colunista da Folha de S. Paulo, Eliane Cantanhêde, ele deu a seguinte declaração de boca cheia: "A área econômica está blindada pelo sucesso". Sucesso onde, cara-pálida? Será que ele pensa ser presiMente de algum outro país?
repassado por Rainério

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